Por Thyago Baruchi
Em um mercado altamente e consecutivamente conectado, a cibersegurança é um dos pilares mais estratégicos e indispensáveis para viabilizar as operações corporativas e seu destaque competitivo.
Apesar deste já ser um tema há muito tempo abordado ao redor do mundo, até hoje, podemos ver casos constantes de empresas que são alvos de ataques cibernéticos e acabam tendo prejuízos graves em seus processos pela falta de uma governança de segurança da informação internamente.
De acordo com um estudo conduzido pela Solo Iron, vertical de cibersegurança da Solo Network, os ciberataques tiveram um aumento de 70% no Brasil apenas no segundo trimestre. Para piorar, o cenário foi acompanhado por toda a América Latina, a qual registrou cerca de 53% mais ações desse tipo no mesmo período de análise, segundo outro relatório divulgado pela Check Point Research.
Independente do porte ou segmento, infelizmente, qualquer negócio pode ser alvo destes ataques, desde um pequeno mercado com dois computadores até grandes indústrias globais, o que ressalta a importância de investir em uma governança robusta de cibersegurança que barre essas tentativas.
Na prática, este direcionamento não deve se limitar à incorporação de recursos tecnológicos favoráveis a essa segurança, mas sim em um conjunto de ações que inclui o desenvolvimento de uma política de segurança da informação clara e objetiva, a aplicação treinamentos regulares para todos os colaboradores, e o controle de acessos aos sistemas e arquivos corporativos.
Para que seu negócio consiga se proteger contra esses criminosos, nos acompanhe neste texto que compartilharemos dicas importantes para te ajudar neste processo. Veja os tópicos que serão abordados:
- Afinal, o que é a cibersegurança?
- Pilares da cibersegurança;
- Qual a importância da cibersegurança para as empresas?
- Cenário da cibersegurança no Brasil;
- Como implementar a cibersegurança na sua empresa?
Boa leitura.
Afinal, o que é a cibersegurança?
A cibersegurança envolve um conjunto de práticas destinado a proteger as empresas de ataques cibernéticos, tais como malware, phishing, dentre outros.
Seus recursos adotados visam maximizar a segurança das redes, servidores, dispositivos móveis, computadores e demais tecnologias organizacionais destas tentativas de invasão, compondo o que é conhecido como sistema de segurança da informação.
Com isso, a ideia é que esses cuidados da cibersegurança assegurem a integridade dos dados corporativos, de forma que não sejam alterados sem autorização e mantendo, assim, sua precisão e confiabilidade.
Este vem sendo um investimento cada vez mais preciso e indispensável no mercado nos últimos anos. Afinal, ao mesmo tempo em que os avanços tecnológicos trazem enormes benefícios ao desempenho e crescimento corporativo, também expandem as possibilidades de crimes virtuais.
A preocupação nesta proteção vem sendo tão forte que, conforme uma previsão da Gartner, os gastos com cibersegurança ultrapassarão a marca dos US$ 260 bilhões globalmente até 2026, se mostrando como uma tendência que não pode ficar de fora das prioridades empresariais.
Pilares da cibersegurança
Em seu início, os princípios da cibersegurança foram desenvolvidos com base em três pilares principais: confidencialidade, integridade e disponibilidade — conhecidos pela sigla CID.
Porém, conforme o mercado foi avançando em termos tecnológicos e de conectividade, outros três pilares se juntaram nessa aplicação: nessa lista: autenticidade, irretratabilidade e conformidade.
Todos são extremamente importantes de andarem juntos para que os princípios e objetivos da cibersegurança sejam cumpridos. Veja detalhes do que cada um propõe:
Confidencialidade
Um dos maiores focos da cibersegurança deve ser o de, justamente, assegurar a proteção e confidencialidade dos dados corporativos, os mantendo sob máximo sigilo.
Nesse sentido, a alta criptografia é um dos mecanismos mais comuns embutidos nas soluções incorporadas, a qual se mostra fortemente eficaz para evitar brechas que os coloquem em risco.
Integridade
Junto à confidencialidade dos dados, a cibersegurança também precisa assegurar que eles se mantenham íntegros, ou seja, que não sofram nenhuma alteração sem autorização.
Essa manutenção deve ser garantida ao longo de toda a cadeia de proteção dessas informações: de seu tráfego, ao armazenamento e processamento.
Disponibilidade
Ter acesso às informações em tempo real, hoje, é uma fonte preciosa perante tomada de decisões estratégicas.
Nesse sentido, a cibersegurança também entra como uma ponte indispensável, visto que seus recursos visam, justamente, disponibilizar estes dados para todos os membros permitidos, respeitando, claro, as regras de confidencialidade.
Autenticidade
Diante de tamanha conectividade global, identificar uma informação verídica de uma falsa, nem sempre, é tão fácil assim. Basta relembrarmos o volume assustador de fake news que o mundo sofreu ao longo do isolamento social.
Por isso, a autenticidade dos dados não poderia ficar de fora dos pilares da cibersegurança, garantindo sua confiabilidade e proveniência de fontes seguras perante a tomada de decisões rumo à prosperidade da empresa.
Irretratabilidade
Também conhecido por “não repúdio”, este pilar da cibersegurança defende que os usuários não podem negar a autoria de determinada informação, como forma de garantir a sua autenticidade.
Na prática, isso significa que nenhuma pessoa pode contestar qualquer transação de dados feita por outra.
Conformidade
Por fim, existem uma série de leis e normas que regem a cibersegurança no Brasil e no mundo, as quais precisam ser devidamente cumpridas e seguidas pelas empresas.
Em seu último pilar de conformidade, é estabelecido a importância deste compliance pelo mercado, a fim de evitar penalidades legais e garantir que, em eventuais fiscalizações, os negócios estejam devidamente em ordem com estes procedimentos.
Qual a importância da cibersegurança para as empresas?
Diante de um mercado altamente tecnológico, a cibersegurança é extremamente importante para garantir a máxima proteção e saúde operacional das empresas em seus segmentos, de forma que possam usufruir destes recursos da melhor forma e impedir que seus processos sejam invadidos ou penalizados por hackers.
Hoje, é praticamente impossível imaginar a condução de um negócio sem o apoio desses recursos, por mais simples que sejam. Em 2022, como exemplo, dados do IBGE identificaram que cerca de 85% dos empreendimentos no país adotaram tecnologias digitais avançadas em suas operações.
Porém, este mesmo cenário de amplas oportunidades, também expande as possibilidades de riscos severos à prosperidade corporativa. De acordo com a Pesquisa Nacional BugHunt de Segurança da Informação, uma em cada quatro empresas brasileiras sofre, pelo menos, um ataque virtual por ano, independentemente de seu porte ou segmento.
Imagine essas tentativas em bancos ou instituições que lidem com um volume extenso de dados sensíveis da população. As consequências de roubos ou vazamentos dessas informações podem ser devastadoras, o que evidencia a importância de as empresas barrarem qualquer brecha que permita tais invasões.
Ao investirem na cibersegurança, as marcas contarão com uma série de mecanismos robustos capazes de reduzir, significativamente, esses ataques, assegurando que seus dados e os de seus clientes sejam armazenados em um local seguro e preservando, assim, sua reputação e confiabilidade no mercado.
Além, é claro, de evitar problemas judiciais nesse sentido, levando em consideração as exigências severas impostas pela LGPD, justamente, diante desta realidade inegável de ataques cibernéticos que todas as empresas estão sujeitas a enfrentar.
Cenário da cibersegurança no Brasil
No cenário global, o Brasil é um dos países que mais sofre tentativas de ataques virtuais, o que, consequentemente, nos torna uma das regiões com maior oportunidade de investimentos em cibersegurança.
Em dados divulgados pela Check Point Research, o Brasil sofreu 38% a mais de ciberataques só no primeiro trimestre deste ano, em comparação anual. A média foi de mais de dois mil ataques por semana às empresas nacionais, com foco nos setores de educação, pesquisa, Forças Armadas e saúde.
Dentre as principais tentativas feitas por esses criminosos virtuais, o ataque do tipo ransomware foi um dos que mais se destacou, conforme outro estudo da Fortine. Nesses casos, o criminoso “sequestra” os dados da vítima e exige um pagamento para devolver o acesso.
Financeiramente, esses ataques podem custar cerca de US$ 10,5 trilhões aos cofres mundiais até 2025, especialmente, aos negócios que não priorizarem este investimento internamente, o que pode fazer com que sofram consequências maiores à sua prosperidade e imagem.
Como implementar a cibersegurança na sua empresa?
Existem algumas boas práticas que devem ser levadas em consideração ao implementar a cibersegurança em uma empresa. Elas incluem o desenvolvimento de uma cultura pautada nessa segurança de dados, treinamento dos times, investimento em medidas protetivas robustas, e contar com o apoio de profissionais especializados no ramo.
Veja detalhes de cada uma delas:
Tenha uma cultura de cibersegurança
Antes de implementar qualquer tecnologia de cibersegurança, todos os membros da empresa precisam estar na mesma página quanto à importância da adoção destes recursos e cuidados em seu dia a dia.
Isso quer dizer que os negócios devem, primeiramente, se atentar a estabelecer uma cultura organizacional fortemente pautada na segurança de dados, conscientizando todos acerca dos benefícios desse investimento e os incentivando a levar esses pilares em suas tarefas diárias.
Ter a compreensão do porquê a cibersegurança é preciso e o que ajudará a assegurar este propósito é um dos pilares mais eficazes na conquista de seus propósitos, de forma que todos possam, juntos, trabalhar em prol da proteção dos dados internos.
Treine e desenvolva os times
A todo o momento, novas tentativas e abordagens são vistas por esses criminosos virtuais no mercado, o que eleva as chances de conseguirem identificar brechas de roubos destes dados.
Por isso, os times precisam ser constantemente treinados a fim de se manterem atualizados nessas movimentações, de forma que consigam identificar possíveis crimes cibernéticos e evitar danos ao acesso às informações empresariais.
Esse desenvolvimento também se aplica aos recursos tecnológicos que forem utilizados em prol da cibersegurança. Afinal, nem todos possuem facilidade em manusear tais ferramentas, e precisam compreender como utilizá-las em suas rotinas para garantir a proteção de seus dados.
Invista em medidas protetivas robustas
Existem diversos mecanismos robustos de cibersegurança que podem ser implementados internamente, os quais, juntos, irão compor uma rede completa de segurança da informação.
Todas as tendências e tecnologias são bem-vindas, desde que façam sentido conforme a realidade e necessidades da empresa. Por isso, é necessário que os responsáveis por essa condução apliquem um diagnóstico interno a fim de identificar quais soluções serão mais aderentes a atingir os objetivos esperados.
Algumas das medidas mais comuns que costumam ser aplicadas pelos negócios incluem softwares de cibersegurança, firewalls, antivírus, criptografias, dentre outros.
Seja qual for a solução adotada, é importante ter consciência de que ela precisa ser integrada e aplicada com base em uma política de cibersegurança, de forma que todos compreendam este uso e saibam como utilizá-la corretamente.
Faça backups regularmente
Pode parecer algo simples, mas aplicar backups constantemente é uma das medidas mais importantes de cibersegurança que uma empresa pode realizar.
Afinal, é ele quem garantirá que os dados estejam sempre atualizados e em ordem, de forma que consigam ser acessados em tempo real e analisados para a tomada de decisões.
E, caso a empresa sofra algum problema referente a isso, não precisará se preocupar com a perda de seus dados, uma vez que o backup os terá salvado em um lugar seguro para que consigam restaurá-los.
Com ele, as chances de a empresa arcar com prejuízos financeiros em casos de algum ataque do tipo ransomware, como exemplo, são reduzidas, permitindo que o empreendimento funcione tranquilamente em termos de cibersegurança.
Conte com o apoio de profissionais especializados
Por mais que existem diversos treinamentos no mercado capazes de capacitar os times internos a gerenciar as atividades de cibersegurança, buscar o apoio de profissionais externos especializados na área reforçará ainda mais a eficácia desse investimento.
Sua expertise na área fará com que consigam acompanhar todas as novidades deste mercado e identificar as melhores oportunidades e tendências capazes de maximizar a segurança da informação internamente.
Eles terão maior habilidade de verificar possíveis vulnerabilidades em termos de cibersegurança e, com isso, desenvolver medidas protetivas de máxima assertividade, monitorando, de perto, quaisquer atividades suspeitas e se antecipando a qualquer perigo que possa colocar a prosperidade do negócio em jogo.
Conclusão
A cibersegurança é um dos pilares mais importantes de ser garantido no mercado atualmente, independente do porte ou segmento da empresa.
Afinal, vivemos em um mercado altamente digital e, nesse sentido, é praticamente impossível dispensar o apoio destes recursos para um melhor desempenho e produtividade das operações.
Contudo, quanto mais tecnologias forem embarcadas nos processos internos, maior também será a probabilidade de gaps e falhas que abram margem para tentativas criminosas de roubos e vazamento dos dados corporativos.
Por isso, priorizar tais medidas protetivas da cibersegurança não é algo opcional, mas sim uma estratégia essencial para que as empresas possam operar com proteção e eficácia, rumo ao seu destaque competitivo.
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